quarta-feira, 24 de março de 2010

As borboletas



Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então..
Oh, que escuridão!



Vinícius de Moraes

Colar de Carolina

Com seu colar de coral,
Carolina
Corre por entre as colunas
da colina.
O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina

Cecília Meireles

O cavalinho Branco


À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansada ntre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

Cecília Meireles

A Pipa e o vento


Aprumo a máquina,
dou minha à pipa
e ela sobe alto
pela força do vento.
O vento é feliz
porque leva a pipa,
a pipa é feliz
porque tem o vento.
Se tudo correr bem,
pipa e vento,
num lindo momento,
vão chegar ao céu.

Cleonice Rainho

A Foca


Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No meu nariz.


Quer ver a foca
Bater palminhas?
É dar a ela
Uma sardinha.


Quer ver a faca
Fazer uma briga?
É espetar ela
Bem na barriga!


Vinicius de Moraes

Poemas da mentira e da verdade


Numa noite escura, escura,
o sol brilhava no céu.
Subi pela rua abaixo,
vestidos de corpo ao léu.


Fui cair dentro de um poço
mais alto que a chaminé,
vi peixes a beber pão,
rãs a comerem café.


Construi a minha casa
com o telhado no chao
e a porta bem no cimo
para lá entrar de avião.


Na escola daquela terra
ensinavam trinta burros.
O professor aprendia
a dar coices e dar zurros


Luísa Duclas Soares

A Mãe


Mae, és a melhor mãe do mundo,
Deste-me o berço e a vida.
Deste-me o carinho e amor.
Gosto muito de ti, mãe querida.


Amo-te muito de ti, mãe amada
Sabias que és muito engraçada?


Gosto de passear contigo
Que me leves a algum lado
Deixaste-me ir contigo
ao supermercado.


Gosto muito dos teus cozinhados.
Gosto muito do teu riso.
Adoro-te muito mãe.
Caia chuva, neve ou granizo.


Sei que sou travesso
Mas mãezinha não é por mal.
Prometo portar-me melhor
Mas só até ao Natal

Poema da menina Leonor

A menina Leonor
Só quer o computador
O boneco e a boneca
eram uma grande seca!
Deitou fora as bicicletas
cansa muito ser atleta.
Não sai para qualquer lado,
Nem para comprar gelado.
Anda da mesa para a cama,
só se veste de pijama.
Vê-se ao espelho de manhã
a olhar para o ecrã.
Já se esqueceu de falar
só sabe comunicar
com os dedos no teclado.
Tem agora um namorado
A menina Leonor
chamado computador.
É fiel, inteligente
não refila, nunca mente.
E quando se fartar
pimba, basta desligar.



" Que está na Varanda"



Que está na varanda?
Uma fita de ganga.
Que está na janela?
Uma fita amarela.
Que está no poço?
Uma casca de tremoço
Que está no telhado?
Um gato pingado.
Que está na chaminé?
Uma caixa de rapé
Que está na rua?
Uma espada nua.
Que está atrás da porta?
Uma vara torta.
Que está no minho?
Um passarinho.
Deixa-o no morno
dá-lhe pãozinho





Timidez

O bicho-de-conta
Faz de conta, faz
Que é cabeça tonta

Mas lá bem no fundo
Não é mau rapaz.

Se a gente lhe toca,
Logo se disfarça:
Veste-se de bola.

Por mais que se faça
Não se desenrola.

Lá dentro escondendo
patinhas e rosto
É todo um segredo:

Se eu fosse menino
Comigo brincava
Sem medo sem medo

Maria Alberta Menéres

A fonte

canta uma fonte baixinho
ao nascer da madrugada:
Quem quer a minha água fresca?
Quem quer botar-se ao caminho
com a sua cara lavada?


Diz a fonte ao fim da tarde
esperando algum vigilante:
Quem quer a minha água clara?
que de longe me chegara?


Chora a fonte ao meio dia
triste de se ver tão só:
Quem quer a minha água tão boa?
Quem vem escutar o segredo
que um sapinho me contou?


Lembra a fonte, em seu cuidado,
quando espreita a noite escura:
Quem quer a minha água leve?
Quem quer que a sede adormeça
num soninho descansado?

Maria Alberta Menéres

terça-feira, 16 de março de 2010

" O teatro é uma estrela"







O teatro é uma estrela,
Estrela como o céu,
Céu é irmão
Irmão do teatro
Teatro é sonho
Sonho que rima,
Rima com as personagens
Personagens criativas
Criatividade é o sonho
Sonho é o espectáculo.