quarta-feira, 23 de junho de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010

O cavalinho Branco
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansada ntre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
Cecília Meireles

Poemas da mentira e da verdade
Numa noite escura, escura,
o sol brilhava no céu.
Subi pela rua abaixo,
vestidos de corpo ao léu.
Fui cair dentro de um poço
mais alto que a chaminé,
vi peixes a beber pão,
rãs a comerem café.
Construi a minha casa
com o telhado no chao
e a porta bem no cimo
para lá entrar de avião.
Na escola daquela terra
ensinavam trinta burros.
O professor aprendia
a dar coices e dar zurros
Luísa Duclas Soares
A Mãe

Mae, és a melhor mãe do mundo,
Deste-me o berço e a vida.
Deste-me o carinho e amor.
Gosto muito de ti, mãe querida.
Amo-te muito de ti, mãe amada
Sabias que és muito engraçada?
Gosto de passear contigo
Que me leves a algum lado
Deixaste-me ir contigo
ao supermercado.
Gosto muito dos teus cozinhados.
Gosto muito do teu riso.
Adoro-te muito mãe.
Caia chuva, neve ou granizo.
Sei que sou travesso
Mas mãezinha não é por mal.
Prometo portar-me melhor
Mas só até ao Natal

Poema da menina Leonor
A menina Leonor
Só quer o computador
O boneco e a boneca
eram uma grande seca!
Deitou fora as bicicletas
cansa muito ser atleta.
Não sai para qualquer lado,
Nem para comprar gelado.
Anda da mesa para a cama,
só se veste de pijama.
Vê-se ao espelho de manhã
a olhar para o ecrã.
Já se esqueceu de falar
só sabe comunicar
com os dedos no teclado.
Tem agora um namorado
A menina Leonor
chamado computador.
É fiel, inteligente
não refila, nunca mente.
E quando se fartar
pimba, basta desligar.

" Que está na Varanda"
Que está na varanda?
Uma fita de ganga.
Que está na janela?
Uma fita amarela.
Que está no poço?
Uma casca de tremoço
Que está no telhado?
Um gato pingado.
Que está na chaminé?
Que está na chaminé?
Uma caixa de rapé
Que está na rua?
Uma espada nua.
Que está atrás da porta?
Uma vara torta.
Que está no minho?
Um passarinho.
Deixa-o no morno
dá-lhe pãozinho

Timidez
O bicho-de-conta
Faz de conta, faz
Que é cabeça tonta
Mas lá bem no fundo
Não é mau rapaz.
Se a gente lhe toca,
Logo se disfarça:
Veste-se de bola.
Por mais que se faça
Não se desenrola.
Lá dentro escondendo
patinhas e rosto
É todo um segredo:
Se eu fosse menino
Comigo brincava
Sem medo sem medo
Maria Alberta Menéres
O bicho-de-conta
Faz de conta, faz
Que é cabeça tonta
Mas lá bem no fundo
Não é mau rapaz.
Se a gente lhe toca,
Logo se disfarça:
Veste-se de bola.
Por mais que se faça
Não se desenrola.
Lá dentro escondendo
patinhas e rosto
É todo um segredo:
Se eu fosse menino
Comigo brincava
Sem medo sem medo
Maria Alberta Menéres

A fonte
canta uma fonte baixinho
ao nascer da madrugada:
Quem quer a minha água fresca?
Quem quer botar-se ao caminho
com a sua cara lavada?
Diz a fonte ao fim da tarde
esperando algum vigilante:
Quem quer a minha água clara?
que de longe me chegara?
Chora a fonte ao meio dia
triste de se ver tão só:
Quem quer a minha água tão boa?
Quem vem escutar o segredo
que um sapinho me contou?
Lembra a fonte, em seu cuidado,
quando espreita a noite escura:
Quem quer a minha água leve?
Quem quer que a sede adormeça
num soninho descansado?
Maria Alberta Menéres
canta uma fonte baixinho
ao nascer da madrugada:
Quem quer a minha água fresca?
Quem quer botar-se ao caminho
com a sua cara lavada?
Diz a fonte ao fim da tarde
esperando algum vigilante:
Quem quer a minha água clara?
que de longe me chegara?
Chora a fonte ao meio dia
triste de se ver tão só:
Quem quer a minha água tão boa?
Quem vem escutar o segredo
que um sapinho me contou?
Lembra a fonte, em seu cuidado,
quando espreita a noite escura:
Quem quer a minha água leve?
Quem quer que a sede adormeça
num soninho descansado?
Maria Alberta Menéres
terça-feira, 16 de março de 2010
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